Em meio a preocupações sobre o meio ambiente, a arborização urbana é uma solução interessante para melhorar a qualidade de vida de cidades grandes e ainda embelezar ainda mais nossos espaços. O plantio de árvores também tem papel fundamental no equilíbrio do ambiente, no combate à poluição e na melhora do visual urbano. Tem coisa melhor? Mas, se ao pensar em plantio de árvores em sua calçada, você não sabe por onde começar, não se preocupe! O Tua Casa conversou com especialista no assunto para te orientar na busca por um local mais arborizado e bonito.
Antes de mais nada, é importante saber que a Prefeitura de São Paulo definiu parâmetros específicos para a arborização de vias públicas ou privadas, como distanciamentos da muda a ser plantada em relação aos elementos do entorno, espécies de árvores indicadas para cada local e muitas outras diretrizes. Portanto, em cidades como São Paulo, a Prefeitura é a principal responsável pela arborização de vias públicas, basta fazer o pedido no órgão público. Mas caso você decida fazer por conta própria, o órgão apresenta um Manual de Arborização com os parâmetros necessários de maneira supercompleta! O ideal é que você sempre comunique a Prefeitura de sua cidade para obter orientações claras do plantio determinadas em cada região.
O Manual para Arborização em São Paulo, por exemplo, orienta que, para que não haja conflitos com o espaço, antes da elaboração do projeto é necessário consultar os órgãos responsáveis por obras e instalações de equipamentos em vias públicas, como o Departamento de iluminação pública e a Subprefeitura.
No documento, o primeiro passo é o estabelecimento de canteiros e faixas permeáveis. Ou seja, em volta das árvores, deve ser adotado um canteiro, faixa ou piso drenante, para a infiltração de água e aeração do solo. Depois, é preciso definir as espécies, a partir de uma análise do local. Por fim, é necessário conhecer as diretrizes do plantio a fim de não danificar calçadas e redes elétricas. Caso você não resida em São Paulo, procure a Prefeitura de sua cidade para plantar sua árvore de acordo com as leis vigentes para sua região.
Como escolher a árvore ideal?
Comece analisando seu espaço e a espécie ideal para o plantio, já que elas devem ser adaptadas ao clima, ter o porte adequado e ainda forma e copa compatíveis com o espaço disponível para elas. Segundo a arquiteta e paisagista Celina Hirata, a escolha da árvore ideal envolve diversos fatores. “Em ruas estreitas e com rede elétrica, o ideal são árvores de porte pequeno, já ruas com calçadas largas e sem fiação permitem árvores de porte médio e, em alguns poucos casos, de grande porte”, explica a profissional.
É importante também levar em conta o tipo de folhagem, escolha da floração, a atração de pássaros e animais para que a espécie de árvore atenda não apenas às questões técnicas, mas também aos valores estéticos e de vida dessa árvore.
“A largura do passeio e a presença ou não de rede elétrica são fatores que influenciam diretamente no tipo de árvore a ser plantada. É importante saber qual o porte final da árvore quando adulta para sabermos se ela realmente caberá no local. Às vezes vemos uma árvore na rua que gostamos, mas que ainda não está na forma adulta e então achamos que ela serve para a nossa calçada, mas às vezes o porte final dela é muito grande e não é o ideal para nossa calçada”, comenta Celina.
A escolha da espécie ideal também pode ser um ato de gentileza urbana, segundo Celina. Ela explica que definir a árvore correta, que seja nativa do bioma local, colabora na chamada Sustentabilidade e Educação Ambiental.
O tipo de folha influencia na escolha?
A paisagista Clariça Lima, explica que se pensarmos na manutenção e na segurança de um local com muita circulação de pessoas, o tipo de folha influencia sim na escolha da árvore.
“Próximo à calhas é interessante termos árvores com folhas maiores e mais persistentes, para facilitar a manutenção. Árvores com folhas caducas são ótimas para garantirem maior incidência solar no inverno em regiões mais frias, uma vez que formam sombra somente nas estações mais chuvosas e quentes. Folhas de palmeiras podem ser perigosas devido ao peso, devendo ser evitadas nas áreas com muita passagem”, explica.
Celina ainda complementa explicando que o tipo de folhagem influencia na passagem de luz através da copa e nos efeitos de floração. “Uma árvore de folhagem mais larga e densa proporcionará uma sombra maior, enquanto uma árvore de folhagem mais rala e de folhas miúdas proporciona uma sombra menor e dá o efeito de sombra rendilhada, muito bonito. Portanto, se você está em cidade de muito calor e o objetivo é conseguir uma boa sombra, árvores de folhagem mais densa são uma melhor escolha”, explica a profissional.
Além disso, existem as árvores chamadas “perenes”, “semi-decíduas” e “decíduas”, cuja denominação está relacionada com a queda de folhas da árvore em certos períodos do ano. Se a ideia é que a fachada da sua casa tome sol durante o inverno, por exemplo, o ideal é optar por árvores com queda de folhas. Mas se as folhas espalhadas na calçada não for uma opção, escolha espécies perenes.
“Árvores como o ipê-amarelo, por exemplo, cujas folhas caem e a floração amarela desponta quando a árvore está praticamente despida de folhas, faz com que a floração seja muito mais perceptível e marcante!”, comenta Celina.
O que o plantio errado pode ocasionar?
É preciso tomar cuidado com o plantio errado. Afinal, além de prejudicar a árvore, você também pode sofrer com os danos. Uma árvore considerada de grande porte, se plantada em um passeio estreito e com rede elétrica, pode acarretar problemas futuros como, por exemplo, a destruição do canteiro e do trecho da calçada no entorno.
Outra dica é prestar atenção nas espécies com frutos grandes, como a mangueira e o abacateiro. Esses tipos não são indicados pelo risco de acidentes com a queda de seus frutos, que são pesados e podem machucar.
Cuidados gerais com o plantio de árvores na calçada
– Depois de plantar, é preciso cuidar da muda regando dia sim, dia não nas primeiras semanas;
– Nos primeiros dois anos também é recomendável que se faça a rega nos meses sem chuva;
– A escolha de um revestimento de piso semi-permeável, como placas de cimento drenante, também ajudam em uma melhor drenagem da água das chuva até as raízes colaborando para um crescimento mais saudável da árvore;
– Os brotos laterais e na base da muda devem ser periodicamente removidos para que ela tenha mais força. “Isto ajuda na formação da árvore, evitando que se torne um arbusto e prejudique a passagem de pedestres quando plantada na calçada. Lembrando que podas de árvore na cidade de São Paulo são proibidas, devendo ser feitas exclusivamente pelos técnicos da Prefeitura, que podem ser solicitados no número 156”, explica Celina.
Falando em decoração…
Todas as dicas de espécies, folhagens e frutos também são válidas para a decoração com a utilização de árvores em jardins e quintais. Para casas mais rústicas, jabuticabeiras, paineiras e flamboyants combinam muito bem, pois nos remetem às antigas fazendas. Já para casas com a linha mais moderna, mirindibas são opções incríveis e bastante elegantes. Os tatarés, com um formado de tronco escultural, já servem para um jardim mais minimalista, podendo ressaltar a beleza dos troncos.
21 árvores para embelezar sua calçada
Conheça algumas espécies de árvores e suas características principais para ajudar você na escolha ideal para sua calçada. Lembre-se sempre de obter orientações de plantio e cuide de seu espaço!
1. Araçá (Psidium cattleianum)
Tipo: Árvore nativa
Altura da planta: de 3 a 6m
Cor da floração: Branca
Quando floresce: Setembro – Novembro
Frutos: Sim. Amadurece entre Dezembro – Março
Atraente para: Avifauna
2. Aroeira salsa (Schinus molle)
Tipo: Árvore nativa
Altura da planta: de 4 a 8m
Cor da floração: Flores amarelas
Quando floresce: Agosto – Novembro
Frutos: Sim, não comestíveis. Amadurecem entre Dezembro e Janeiro
Atraente para: Avifauna e fauna
3. Caroba (jacaranda cuspidifolia)
Tipo: Árvore nativa
Altura da planta: de 5 a 10m
Cor da floração: Roxa
Quando floresce: Setembro – Outubro
Frutos: Não comestíveis. Amadurecem entre Agosto e Setembro
Atraente para: Fauna
4. Carobinha (jacaranda puberula)
Tipo: Árvore nativa
Altura da planta: de 4 a 7m
Cor da floração: Roxa
Quando floresce: Agosto – Setembro
Frutos: Não comestíveis. Amadurecem entre Fevereiro – Março
Atraente para: Fauna
5. Cambuci (Campomanesia phaea)
Tipo: Árvore nativa
Altura da planta: de 10 a 20m
Cor da floração: Branca
Quando floresce: Setembro – Novembro
Frutos: Sim, conhecida como pimenta Cambuci. Amadurecem entre Novembro – Setembro
Atraente para: Fauna e avifauna nas áreas de Mata Atlântica
6. Candelabro (Erythrina speciosa)
Tipo: Árvore nativa
Altura da planta: de 3 a 5m
Cor da floração: Vermelha
Quando floresce: Junho – Setembro
Frutos: Não comestíveis. Amadurecem entre Outubro – Novembro
Atraente para: Avifauna
7. Cássia-do-nordeste (Senna spectabilis var. excelsea)
Tipo: Árvore nativa
Altura da planta: de 6 a 9m
Cor da floração: Amarela
Quando floresce: Dezembro – Abril
Frutos: Sim, não comestíveis. Amadurecem entre Agosto – Setembro
Atraente para: Fauna
8. Cerejeira-do-rio-grande (Eugenia involucrata)
Tipo: Árvore nativa
Altura da planta: de 5 a 8m
Cor da floração: Branca
Quando floresce: Setembro – Outubro
Frutos: Sim. Amadurece entre Outubro – Dezembro
Atraente para: Avifauna
9. Cerejeira-do-japão (Prunus campanulata)
Tipo: Árvore exótica
Altura da planta: de 4 a 6m
Cor da floração: Rosa
Quando floresce: Maio – Julho
Frutos: Sim. Amadurecem de outubro a dezembro
Atraente para: Avifauna
10. Escova-de-garrafa (Callistemon “Imperialis”)
Tipo: Árvore exótica
Altura da planta: de 4 a 5m
Cor da floração: Vermelho-carmim
Frutos: Não
Atraente para: Beija-flores
11. Extremosa ou Resedá (Lagerstroemia indica)
Tipo: Árvore exótica
Altura da planta: de 3 a 5m
Cor da floração: Rosa
Quando floresce: Novembro – Fevereiro
Frutos: Não comestíveis
12. Flamboyant-mirim (Caesalpinia pulcherrima)
Tipo: Árvore exótica
Altura da planta: de 3 a 4m
Cor da floração: Laranja
Quando floresce: Setembro – Fevereiro
Frutos: Não comestíveis
13. Ipê-amarelo (Tabebuia chrysotricha Mart. ex A.DC. Standl)
Tipo: Árvore nativa
Altura da planta: de 4 a 10m
Cor da floração: Amarela
Quando floresce: Agosto – Setembro
Frutos: Sim, não comestíveis. Amadurecem entre o fim de Setembro e meio de Outubro
Atraente para: Avifauna
14. Jasmim-manga (Plumeria rubra)
Tipo: Árvore exótica
Altura da planta: de 3 a 6m
Cor da floração: Vermelho ou rosa
Quando floresce: Inverno e primavera
Frutos: Não comestíveis
Atraente para: Beija-flores
15. Magnólia-amarela (Michelia champaca L.)
Tipo: Árvore exótica, gosta de regiões mais frias, como o sul do país
Altura da planta: de 7 a 10m
Cor da floração: Amarela
Quando floresce: Julho – Dezembro
Frutos: Não comestíveis
Atraente para: Avifauna
16. Manacá da Serra (Tibouchina mutabilis)
Tipo: Árvore nativa
Altura da planta: de 7 a 12m
Cor da floração: Rosa e malva
Quando floresce: Novembro – Fevereiro
Frutos: Não comestíveis. Amadurecem entre Fevereiro – Março
Atraente para: Beija-flores
17. Oiti (Licania tomentosa)
Tipo: Árvore nativa
Altura da planta: de 10 a 20m
Cor da floração: Amarela
Quando floresce: Junho – Agosto
Frutos: Sim. Amadurece entre Janeiro e Março
18. Pau-fava (Senna macranthera)
Tipo: Árvore nativa
Altura da planta: de 6 a 8m
Cor da floração: Amarela
Quando floresce: Dezembro – Abril
Frutos: Sim, não comestíveis. Amadurecem entre Julho – Agosto
19. Pitangueira (Eugenia uniflora)
Tipo: Árvore nativa;
Altura da planta: de 6 a 12m
Cor da floração: Branca
Quando floresce: Agosto – Novembro
Frutos: Sim. Amadurecem entre Outubro – Janeiro
Atraente para: Avifauna
20. Pata-de-vaca (Bauhinia forficata)
Tipo: Árvore nativa
Altura da planta: de 5 a 9m
Cor da floração: Branca
Quando floresce: Outubro – novembro
Frutos: Sim, não comestíveis. Amadurecem entre Julho – Agosto
21. Quaresmeira (Tibouchina granulosa)
Tipo: Árvore nativa
Altura da planta: de 8 a 12m
Cor da floração: Rosa e lilás
Quando floresce: Junho – Agosto e Dezembro – Março
Frutos: Não comestíveis. Amadurecem entre Abril e Maio, e fim de Julho para Agosto
A lista de espécies de árvores para calçada pode ser ainda maior se você levar em consideração suas características de arborização. Fique sempre atento às raízes agressivas, frutos grandes, folhagem tóxicas e outros detalhes que podem comprometer sua utilização. Além do mais, verifique sempre o espaço adequado para essa gentileza urbana e faça sua melhor escolha! Vamos incentivar essa prática tão bonita?
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